
Depois de Marina, Flávio Arns diz que deixa o PT
“Envergonhado” com o comportamento dos companheiros de partido, o senador Flávio Arns (PT-PR) anunciou que se desfiliará da legenda. Para Arns, o fato de que seus correligionários tenham ajudado o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a se salvar da degola no Conselho de Ética foi o que faltava para sacramentar a decisão.
"As pessoas às vezes me perguntam se eu estou nervoso, ou aborrecido. Eu digo que não estou nem nervoso, nem triste, nem aborrecido: eu estou envergonhado, que é muito mais forte e difícil de ser dito, mas o que a gente tem de sentir nessa hora", desabafou o senador.
“Pretendo sair do PT, e vou entrar na Justiça para esta finalidade”, adiantou Arns, que pretende criar jurisprudência ao consultar o Tribunal Superior Eleitoral com o objetivo de se desligar do PT graças a divergências ideológicas. “Que a Justiça possa analisar no sentido de que a fidelidade tem que ser do parlamentar com o partido, sem dúvida alguma, mas também do partido com seu ideário.”
Logo após a confirmação do arquivamento de todos os pedidos de investigação contra Sarney, com votos de senadores do PT, Arns classificou como “uma vergonha” o fato de petistas terem, por mais de uma vez, assinado nota de bancada pedindo o afastamento de Sarney e, na audiência de hoje, votarem favoravelmente ao peemedebista.
“Como podemos confiar em pessoas que têm um posicionamento no documento e outro quando é para colocar em prática ?”, questionou o senador. "Eu entrei no partido acreditando que certas bandeiras, como a da ética e do diálogo com a sociedade, seriam obedecidas."
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